terça-feira, 1 de março de 2011

O que afinal, somos nós?


Essa história de auto definir-se, ou de elencar qualidades ou defeitos, não passa apenas de pensamentos direcionados pelos próprios sentidos, percepções; mas na verdade são os nossos “achismos”.
Não possuímos forma definida, nem uma vida totalmente planejada.
O tempo, a idade, as circunstâncias e a inevitável vivência social agregam-nos a cada dia, mais informações acerca de nós mesmos. Descobrimo-nos através do outro.
As outras pessoas são o nosso espelho, e na verdade o que refletimos é reflexo de como elas agem conosco.
Ninguém passa uma vida toda sendo a mesma pessoa.
Além do mais, o outro pode ver em mim o que eu não tenho a capacidade de enxergar; eu posso sentir o que o outro jamais pensa ou sente.
Somos seres situacionais, e condicionados a milhares de fatores, que nos constroem a cada dia.
Nenhum dia é igual. Nossas ações decorrem de cada dia, de cada sentimento, de cada bom ou mau-humor, de cada gentileza ou silêncio.
Ninguém é auto-didata tão generalista que conheça tão bem à si mesmo. Se fosse fácil, não haveria a magia dos sentimentos, tampouco a perseverança na busca pelo aprendizado e pela vivência.
"Eu sou isso, sou aquilo. Eu me vejo, eu me sinto." Sim, é verdade.
Mas nem sempre o que eu consigo transmitir para as pessoas é o que elas realmente vêem.
Sábia frase de Sócrates, mencionada por Platão: “Só sei que nada sei”.... E contraditória também.
Saber e assumir a própria ignorância é um grande passo para o progresso.
Emendo com a citação de Nietzsche “Torna-te quem tu és”.
Assumir o próprio “eu”, e desvendar quem somos a cada dia, é como aprender a trabalhar os nossos pontos fracos e os nosso pontos fortes, colocando-os em prática, em muitas situações. É aprender com a dor a amadurecer, é aprender que mesmo tendo imperfeições (pois não existe perfeição), elas sempre servem para algo.
É preciso também dosar os dons, para que o egocentrismo não atrapalhe no processo de “ser”. Tudo o que é demasiado, é nocivo; e tudo o que é nocivo sempre regressa para o indivíduo.
Já dizia Freud: “Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos... sem querer “.
O que vemos acerca de nós mesmos, talvez seja superficial, não frívolo. Mas talvez isso sirva para nos mostrar que a vida é uma caixa de surpresas, nada é totalmente definido, e exacto.
Tudo depende da mudança. E a mudança, deve começar por nós mesmos, quebrando nossos tabus, preconceitos, a auto-suficiência, ou até mesmo o espírito demasiado tímido, pois ninguém vive por você e o tempo é sempre efêmero.


(Naná)

Nenhum comentário:

Postar um comentário