sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"Philosophy"...


Nos últimos tempos, mais que antes, optei por ler mais sobre Filosofia. Claro que sou leiga no assunto, mas mesmo assim a Filosofia é intrigante.
Sempre fui uma pessoa que questiona muito, tanto a mim, quanto às coisas, às pessoas. Tentei esquivar-me de pensar tanto, mas como se negar a essência? Às vezes gostaria de ser diferente, pois quem pensa demais, sempre encontra mais perguntas pelo caminho, enfim...
Mas por outro lado, creio que é bom inquirir. Mesmo que não se obtenha todas as respostas (e nunca teremos todas elas). O comodismo em viver o que pregam sem nenhuma descoberta ou mero interesse, é ruim. Ficar estagnado no tempo, com as mesmas idéias, os mesmos pensamentos, não é um bom cultivo para um bom desenvolvimento. Aí entra a questão de ‘Quebrar Paradigmas’... Bem, a essência e os princípios não devem mudar, mas aí é que está o grande desafio: Ampliar os horizontes, sem deixar o seu propósito escapar.
É importante trabalharmos duas coisas: A fé cega e a descoberta.
A fé cega é a própria ‘intuição’. Ela está intrínseca no ser humano, envolve a percepção, os sentidos, as expressões. Claro que, nesse processo é necessária muita cautela, pois prenunciar-se pode gerar muitos conflitos, porque nem sempre estamos corretos, acerca de nossas convicções.
Já a ‘descoberta’ é outro fator, diga-se de passagem que é o mais importante. A busca pelo conhecimento deve ser incessante, pois é ela quem garantirá posteriormente a nossa vida. Aí entra a questão supracitada acima: Inquirir.
Questionar não é um processo de apenas perguntas, mas acima de tudo, há a grande necessidade de reflexão e introspecção.
Refletir, ficar introspectivo, inquirir. Bem, isso envolve milhares de coisas, e cada pessoa acredita (à sua maneira) na hora certa de agir. Isso envolve a liberdade de expressão.
Falando em liberdade, andei pensando sobre o tema. O que seria ser livre? Bem, certamente, para cada pessoa a quem eu questionar me dará uma resposta distinta. Minha acepção é que a liberdade é ser você mesmo, sem máscaras, com seus direitos, respeitando os limites alheios.
Sei que eu não sou dona da verdade, mas já dizia Nietzsche: “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”, logo, sou dona da minha própria verdade, e a verdade nada mais é, do que acreditamos que é melhor para nós mesmos...
Analisando a contemporaneidade, até recordando-se de alguns tempos no contexto histórico, obviamente notamos inúmeras diferenças de costumes no que diz-se ao conceito de ‘liberdade’; sempre houve falhas na sociedade, nas controvérsias de idéias das pessoas, mas a liberdade, pelo que vejo, na maioria das vezes escorreu-se pelas mãos das pessoas. Os homens tornam-se escravos de suas leis, mas muitas vezes desmoralizam o respeito. O que é ser livre?
Isso fez-me recordar de uma frase de Khalil Gibran (filósofo libanês):
“O homem adora criar leis, mas regozija-se em descumpri-las”.
Os homens são teimosos, e muitas vezes insistem em tomar como néctar o veneno, sabendo bem que é preferível aquilo que parece veneno no início e néctar no fim. Têm-se a consciência do mal, do nocivo, mesmo assim submete-se à ele.
Dissipa a névoa com o archote do conhecimento. O conhecimento traz a evolução a cada dia, e evita os males.
Para querer, sentir desejo ou vontade de conhecer algo, é necessário que brote a motivação interna. Creio que essa motivação advém do nosso próprio interior. Prender-se às outras pessoas para tentar algo, muitas vezes faz desacreditarmos de nós mesmos. Quando nos encontramos, e nos sentimos bem, motivados, aí é o verdadeiro caminho, a verdadeira chave para o ‘conhecer’, o ‘estar disposto’. Viver de aparências ou pelas outras pessoas, é viver uma vida a curto prazo. É escravizar-se, fugir da própria liberdade de buscar o que lhe convém.
Um grande mal do século, dizem as línguas, é a depressão.
Existe sim a lugubridade, pois a vida passa muito rápido, e até mesmo tantas interrogações nos aturdem pelas situações que nos são impostas. No entanto, acredito que o conceito de depressão é apenas uma desculpa para o torpor. Quando as pessoas julgam-se deprimidas, elas param de lutar, e caem no comodismo. Fecham seus olhos aos outros horizontes, perdem a sua liberdade interior, e o pior, escravizam-se nas dores, nas mazelas e tornam-se egocêntricas.
O antídoto contra esse suposto “trauma” possui um leque de possibilidades: o primeiro passo é enfrentar o medo da mudança, pois nada é estático. O estudo, o trabalho, os ingredientes do amor, como a cumplicidade, o compromisso, são passos largos, para libertar-se desses “sintomas”.
Existem 2 coisas que permeiam o mundo material: vontade e representação. Li pouco sobre Schopenhauer, mas em sua obra, ele aborda essa questão.
As pessoas afiguram-se, em função de sua vontade, ou seja, elas transmutam-se para alcançar os seus objetivos. Quando as pessoas caem no comodismo, as suas vontades não regem mais os seus atos, porque seus atos são condicionados, interdependem-se das opiniões alheias, perde-se o foco, perde-se a vontade, até mesmo os sonhos se esvaem.
Tudo o que mencionei é interligado:
Primeiro você inquire, se questiona, a respeito dos seus princípios, dos seus propósitos, aprende a se conhecer, aprende a conhecer um pouco das pessoas. O aprendizado é incessante. É importante a intuição, mas ela deve ser sempre fundamentada, respeitando os limites das outras pessoas, pois até mesmo a liberdade deve ser ponderada. O discernimento deve reger nossos atos, e nossos atos advém de nossa própria motivação. Não digo que devamos nos prender apenas à nós mesmos, ao que achamos ser certo, pois convivemos com o próximo, e devemos sim, criar vínculos, laços, de amor, amizade, mas tudo isso deve eximir-se de manipulação de estereotipação.
Acredito que todos nós aprendemos com as outras pessoas, independentemente do que seja. Sendo bom ou mal. Cabe à nós, semearmos, o que queremos realmente colher.

(Naná)

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