quinta-feira, 28 de abril de 2011

Comunicar-se...


Curiosa essa questão de comunicar-se...
A Comunicação atinge algumas dimensões impenetráveis, imprevisíveis, e é algo o qual, que sem, seríamos impossibilitados de convivências, seja com outras pessoas ou com o mundo externo à nós...
É um processo que começa em nós, parte de nossos sentidos, nossas percepções, o que vemos, o que pensamos... Mas muitas vezes temos visões distorcidas ao alheio. Invertemos valores, julgamos as outras pessoas, pois avistamos as coisas ao nosso modo tão convicto e cego de enxergar. É impossível ser o outro, ver como o outro vê, pensar como o outro pensa...
Existe a suposição, as cogitações, mas nada é certo nessa vida... Tampouco as nossas certezas são certas...
E são as velhas citações de Nietzsche, mas tão realísticas:
"Não há fatos eternos e nem verdades absolutas..." e "As convicções são inimigas da verdade mais perigosas que as mentiras".
Uma verdade não pode ser absoluta. O absoluto não padece de contradição, ele é exato, assertivo. Mas as supostas verdades são passivas de falibilidade. No contexto generalista muitas ideias podem escoar pelo ralo diante de inquirições.
E realmente é assim mesmo. O nosso raciocínio, a nossa percepção são falíveis, frágeis e cegos, por vezes. Somos seres situacionais, vemos o que queremos ver... E em diversos momentos acreditamos da maneira com que nos convém, deixando as inquirições de lado...
Esperamos demais das outras pessoas, e nos cobramos de menos.
A Comunicação é um horizonte para os passos, independentemente do caminho e circunstâncias a serem seguidos. O modo com que expomo-nos, falamos, pensamos, sentimos é impactante para outrem, e o nosso reflexo é o que vem de dentro; isso permite com que os caminhos se abram ou se fechem, e envolve a questão “sociabilização”, que é um processo não raramente complexo.
Mas até que ponto sabemos nos comunicar? Não existem regras para tal. O ser humano não é controlado, programado, e ainda é sujeito à intempéries existenciais. Sempre seremos incógnitas, a começar perante nós mesmos, que algumas vezes somos tomados pela confusão, indecisão, medo, arrependimento. O que nos diferencia uns dos outros é a tal da suscetibilidade. Algumas pessoas são mais ponderadas, outras são movidas pela emotividade, espontaneidade, e timidez, dentre “N” situações comportamentais. Somos um labirinto de ideias, princípios e percepções.
O segredo de saber comunicar é saber questionar, inquirir, e não querer saber todas as respostas, até porque isso é irrealizável. Quando caímos no paradigma do “achismo” damos um maior espaço para a dualidade de princípios. É ruim “ficar em cima do muro”, e a questão da confiança também entra no “jogo”. Não temos certeza das coisas, e como vamos ser 100% exatos e convictos do que pensamos?
Eu gosto das críticas, das dúvidas. Acredito que o aprendizado começa a partir do momento que aprendemos a questionar. E não é fácil transmitir as informações, os pensamentos; saber inquirir é mais válido do que saber responder. A Assertividade é muito cômoda. Mas só questiona quem tem o espírito livre, que não se prende ao receio de errar.
Quem dera se todas as pessoas aprendessem a pensar como devem, e não abrissem mão de suas ideias devido ao comodismo. 
O pensamento instrui a comunicação bem como o modo de agir. É preciso preparar o campo do pensamento, mas também faz-se necessário reflexão se estamos sendo nós mesmos, ou mascarando-nos na superficialidade, demagogia, hipocrisia, que nos faz perder os parâmetros, cair no egocentrismo e endeusamento. Colocar-se no lugar do outro, é também um modo de policiar o modo como nos comunicamos.
Ações positivas requerem esforços, esforços para sermos os melhores possíveis.
Viver é um processo árduo, pois somos limitados, e cada ser humano é singular em suas qualidades e imperfeições.
O bom senso é a palavra-chave de qualquer ação.


[Najla Tirabassi]



domingo, 17 de abril de 2011

O que o tempo não leva...

Eu não sei porque, mas esse mundo está às avessas: O corpo fala mais que um olhar, a aparência fala mais do que a voz.
Ser bonito, ser feio. Estar na moda ou não estar.
Creio que a moda é um artifício somente para o combate dos diferenciais, e uma arma perigosa à quem adere.
Para mim não existe padronização, mas sim "manipulação".
Querem suprimir a liberdade, estancar a moralidade com máscaras e moldes prontos.
O pior de tudo da estereotipação é a cegueira social. A moda deveria incluir, agregar, e não excluir, discriminar.

"Triste época onde é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito", já dizia Einstein.

Eu não sei até onde vai a inconsequência humana, que se relaciona com corpos, e jogam a mente fora.
Somente o tempo vai fazer com que as mentes sejam valorizadas e que se apareçam os diferenciais.
Essa onda de seguir o que dizem, apenas nos isola de nós mesmos, mascara os nossos sentidos e pensamentos, nos veste exteriormente, e nos cobre por dentro. Mas nenhum sentimento é para tão longo prazo.
Uma hora aprendemos a valorizar o que há dentro, e ver que o externo também passa. O que fica é o que mora conosco, dentro de nós. O que está estampado em nosso coração e não na nossa face.
As rugas e o tempo chegam para todos, mas o valor do espírito regozija-se com a alma e não somente com o corpo.



[Naná]

Como se mede uma pessoa?

O que faz uma pessoa grande?
A sua aparência, o que ela tem, o que ela diz, o que ela faz, onde ela vive?
Uma pessoa é grande proporcionalmente ao respeito com que ela se dirige às outras pessoas. Ninguém  é maior que ninguém, tampouco melhor. As pessoas são ricas na sua diversidade, mas pobres se são preconceituosas, inconsequentes e principalmente insensíveis.
É bem verdade sobre a "Lei da Ação e Reação", e "O que se planta, colhe".
As raízes precisam se amoldar aos terrenos, embora muitos sejam inférteis. Têm pessoas que vivem culpando outras pela sua vida, no entanto não fazem nada para melhorá-la.
Julgam os outros sem conhecer, sem pensar, sem saber, e atribuem a sua ´"sorte" à desordem no mundo.
Acredito sim que o mundo é envolto à tantas coisas e conceitos errôneos, mas quem constrói a nossa vida somos nós mesmos.
A vida é como uma faca de dois gumes: com vantagens e desvantagens. O segredo está em escolher os caminhos bem pensados, e nas horas difíceis assumir alguns riscos com prudência.
Paciência e determinação também são ingredientes e adubo para plantar sementes na vida.
O mundo tem uma inconsciência gritante acerca do que é "ser grande". Ele prega a ideia de se ter muito, de ser muito, conquistar muito, mas de se pensar pouco. As pessoas estacionam os seus atos, pelos limites das outra pessoas. Eximem-se de buscar novas alternativas, inventar novas chances, e condicionam-se à trilhar os mesmos caminhos, a ver as mesmas coisas, e logo, sentir as mesmas coisas.
Eu gosto de emoções fortes, mas das minhas emoções.
Gosto de viver a vida, mas sob o meu olhar.
Não gosto de "verdades" inventadas... me agrada mais a minha verdade. Nenhuma é absoluta, mas a minha verdade me basta.
Eu quebro paradigmas. Erro e aprendo. Mas sou eu quem vivo.
Entristeço-me por saber que o ser humano regride por preguiça de pensar.
Acredito que a nobreza advém da exaltação do espírito pelo saber, pelo pensar, pela sensibilidade.
Não acredito na moda de que tudo o que o dinheiro compra faz uma pessoa ser nobre.

O dinheiro não compra amizade, não compra afeto, não compra amor, não compra sentimento concreto.
As coisas mais simples da vida são aquelas que muitos não avistam, pois se perdem na grandeza e ganância superficial do externo.

O conhecimento é uma arma preciosa,  e a semente mais importante para plantar a dignidade e humanidade de uma pessoa.
Uma pessoa é grande pela sua sensibilidade e amor sem medida.
E eu quero o que o dinheiro não compra.

[Naná]