domingo, 13 de março de 2011

"Perfeição Imperfeita"

Muitas pessoas limitam-se ao arquétipo da perfeição. Mas esquecem que o perfeito não precisa ser remodelado, ele não cresce e nem precisa se desenvolver. A perfeição exime-se de mudanças.
Talvez seja essa mentalidade errônea e ininteligível, ou essa analogia de perfeição, que sustente as vivências utópicas que acomete a maioria destas. Em contrapartida, elas estagnam seus pensamentos e condicionam-se à irrealidade imperfeita da perfeição. Essa enlevação constrói um mundo frustrante, onde as transmutações são necessárias.
O conceito de perfeição é uma quimera que prevalece em um mundo prático, onde se é resistente à mudanças, onde o diferente é desprezado, onde o padrão de "ser" é estabelecido como uma fôrma para moldar quem quer viver o certo.
Não existe uma regra para se viver certo, nem para ser aceito na sociedade. Ao contrário, muitas vezes essa sociedade movida pela estereotipação desvela-se em um caráter altamente imoral, onde desrespeita a integridade das pessoas, e reluta que estas sejam ouvidas. Quem não se permite sucumbir não é aceito, e é tido como "careta", "fora de moda".
O mundo atual e "tecnológicamente progressivo" surte efeitos gigantescos.
Mas a tendência do "humanamente" fica corrompida, e a maneira de relacionar-se naturalmente é muitas vezes burlada.
A disparidade entre o mundo robótico e o mundo "humano" confunde-se, mas ao mesmo tempo, integra-se. Um mundo não vive sem o outro.
A era tecnológica trouxe inúmeros benefícios, mas dentre eles também trouxe o acomodamento e exclusão de classes. A era do "tudo fácil", exige menos das pessoas, e exclui quem não acompanha esses avanços.
A moda desnivela as pessoas, e a imposição de idéias generalistas, excluem as idéias individuais, e consequentemente prevalece o mais forte.
Tudo o que quero dizer, é que não existe um padrão para que as pessoas devam se submeter, o único padrão é ser você mesmo, sem máscaras, respeitando o limite alheio, seja ele em qualquer aspecto pessoal.
A lógica de o ser humano ser imperfeito é para ele aprender a cada vez mais a ser humano, é aprender com os erros, e com as diferenças, a descobrir um mundo onde todos façam parte à sua maneira.
Ser isso ou aquilo, ter isso ou aquilo, são psicoses de pessoas que incutem em si mesmas a falsa-superioridade ou a auto-superioridade. Querer lapidar o próximo à sua maneira é consequência de um espírito aprisionado, que tem medo de voar, que tem medo de competir, e sobretudo, que tem medo de compartilhar.
As pessoas são ricas na sua diversidade, mas são pobres na sua superficialidade.


[Naná]

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